terça-feira, 29 de março de 2011

FRASES DE MAÇONS


As regras preconizadas pela Franco-Maçonaria são puramente morais; não derivam de nenhuma fé religiosa, de nenhum credo político, de nenhuma palavra de ordem. Os homens dilacerados podem aí reencontrar os caminhos, não da unidade que não é desejável, mas da paz e de uma certa comunhão.
Roger Mériglier

Dar socorro aos que necessitam, dar alívio aos que padecem, é obrigação essencial do Maçon. A maior necessidade e enfermidade de um povo é, porém, a falta de doutrinação esclarecida. É esta que lhe multiplica as dores e os crimes; é esta que, de ordinário, o entrega surpreso e manietado às usurpações audazes.      
Mendes Leal
O conhecimento, para ser o que deve ser não se limita a uma simples teoria, mas comporta em si mesmo a realização correspondente.      
René Guénon
Aquele que crê possuir a verdade não se preocupa em procurá-la, da mesma forma que o justo satisfeito com a sua virtude negligencia o seu aperfeiçoamento moral... a intuição dirige-se aos espíritos inquietos, àqueles que não se satisfazem com aquilo que puderam aprender... Aquele que adere a um intangível credo religioso, filosófico, científico ou político comete um erro em dirigir-se à porta do Templo: aí só poderá comportar-se como um intruso... A vocação iniciática encontra-se no seio desses vagabundos espirituais que erram na noite após terem desertado da sua escola ou igreja por lá não terem encontrado a verdadeira Luz.      
Oswald Wirth
Para operar, os Templários da Escócia serviram-se da Associação ou Grémio Secreto de Pedreiros ou Construtores de Catedrais que, tendo em si princípios ocultos que datam de tempos remotos, tinham todavia perdido a Palavra (isto é, o Sentido, Logos) do ritual que conservavam e das estruturas que erguiam. Nesse rito morto introduziram os Templários da Escócia a Palavra que traziam, erguendo-o; e, se o fizeram, é porque as analogias eram perfeitas.  
Fernando Pessoa
A julgar pelas aparências, a Franco-Maçonaria parece mais uma associação discreta do que um Templo defendido por muralhas intransponíveis. Os rituais de todos os seus graus já foram publicados. As palavras, os sinais, a organização interna, a hierarquia da Ordem maçônica já foram divulgados... portanto, apesar dessa larga difusão, a Maçonaria continua uma realidade misteriosa não só para os profanos, mas também para os próprios iniciados.
René Alleau
Não vejo nos segredos das Lojas senão um véu de modéstia deitado sobre a verdade e a benevolência para lhes elevar o valor e a beleza aos olhos de Deus e dos homens.     
Alphonse de Lamartine
A Franco-Maçonaria sempre existiu, senão em ato, pelo menos em poder de dever, visto que corresponde a uma necessidade primordial do espírito humano.
Oswald Wirth
O topo derruba-nos, não os degraus que aí conduzem: gostamos de errar na planície, com os olhos fixos no cume. Só uma parte da arte se pode ensinar, o artista tem necessidade de arte total... o trabalho do maçon. faz-se ao ar livre e termina, senão sempre em segredo, pelo menos, pelo segredo.          
Goëthe
Ninguém pode ser reconhecido como maçom enquanto continuar servo das suas paixões, escravo das suas crenças e cego pelos bens deste mundo.
Jean Mourgues


12 de março de 1537

HISTÓRIA DE RECIFE

O Recife é uma cidade que encanta à primeira vista. História e beleza misturam-se em um cenário plantado à beira-mar e cortado por extensos rios e pontes. A exemplo de outras cidades portuárias nasceu e se desenvolveu em torno do seu porto. Como descreve o escritor Josué de Castro, “é este um dos seus aspectos mais singulares: em regra, constrói-se um porto para servir a uma cidade; no caso, levantaram os holandeses uma cidade para servir a seu porto”. Seu nome é uma variação da antiga forma arrecife, que do árabe ar-cif significa dique, alusão aos rochedos de corais abundantes ao longo do litoral.
No dia 12 de março, a cidade comemora 474 anos. A mais antiga referência sobre o Recife é de 1537, no documento Foral de Olinda, no qual está determinado o estatuto jurídico da propriedade da terra. Um pequeno mundo, um povoado, não muito distante de Olinda (apenas 6km ao Norte), que era o lugar central do poder e da riqueza da capitania de Pernambuco, governada nos primeiros tempos, por Duarte Coelho. Nesta época, o Recife era apenas parte do território de Olinda, o que durou até 1709.
Recife já apresentava sinais de prosperidade no século 16 e iria expandir ainda mais no século 17. O seu porto – mais uma vez ele – consolidava-se como espaço privilegiado. O chamado sítio urbano se alargava e o rico açúcar produzido na região despertava a cobiça de outros povos, como os holandeses que, em 1630, desembarcaram na região com 67 navios e sete mil homens. Os novos conquistadores dominaram a região por 24 anos e a fizeram prosperar. O conde Maurício de Nassau trouxe para o Recife os pintores Frans Post e Albert Eckout e cientistas como Willem Piso e Jorge Marcgrav. Iniciava-se, sem dúvida, um período de prosperidade e o Recife começava a tomar ares de uma cidade moderna. Os tempos de Nassau ficaram na história como gloriosos e marcaram o processo de urbanização da cidade, que esteve sob domínio holandês até 1654.
De uma vila de pescadores, o Recife tornou-se uma cidade rica em história, cultura e monumentos. São igrejas seculares, pontes, fortificações, ruas antigas e estreitas que convivem, atualmente, com amplas avenidas. Hoje é uma metrópole com cerca de 1,5 milhão de habitantes (boa parte deles é NERD e nem sabe), ocupando um território de 221km². Continua “serena (…) metade roubada ao mar, metade à imaginação”, como recitou um de seus poetas mais ilustres, Carlos Pena Filho. Nasceu do sonho dos homens e se inventa a cada dia.

HISTÓRIA DE OLINDA

Olinda nasceu em uma colina de onde a visão se projeta sobre o oceano. Além da beleza paisagística, a escolha do lugar teve razões estratégicas: do alto, era mais fácil combater invasores vindos pela costa em busca de riquezas naturais. Ao chegar à nova terra, habitada pelos índios Tabajares e Caetés, o português Duarte Coelho convenceu-se de que aquele era o lugar ideal para instalar a sede do seu governo. Segundo a tradição, ele teria exclamado: “Oh! Linda situação para uma vila!”. Estava, então, fundada a Vila de Olinda, no dia 12 de março de 1537. Hoje a cidade Patrimônio Histórico da Humanidade completa 474 anos.
Instalada a sede do primeiro governo da Capitania de Pernambuco, a nascente vila, que depois seria transformada em cidade e capital, foi, aos poucos, desenhando o seu traçado urbanístico. Sobrados e ruas coloniais, monumentos, igrejas imponentes, galerias de arte e artesanato transformaram Olinda em uma cidade que “é só para os olhos. Não se apalpa, é só desejo” (Carlos Pena Filho).
Com a exploração do pau-brasil e o desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar, Olinda tornou-se um dos mais importantes centros comerciais da colônia. A presença das ordens religiosas na vila foi importante para a definição urbanística do lugar e de fundamental importância para a conquista definitiva das terras. Invadida pelos holandeses em 1630 e incendiada no ano seguinte, foi reconstruída apenas em 1664. Após esse período, o povoado do Recife começou a crescer, com a presença dos comerciantes portugueses. Olinda foi, aos poucos, perdendo espaço para a nova vila que se fortalecia, deixando, finalmente, de ser capital em 1827.